terça-feira, 17 de novembro de 2009

Primavera-Verão/Outono-Inverno

Estava folheando uma revista antiga na sala de espera de um consutório (sei que revista antiga de consultório parece pleonasmo, mas sigamos) e vi que um determinado chinelo (de uma fealdade ofensiva) seria a grande coqueluche do verão 2008.

Todos os que fossem vivos naquele ano, também terminariam o verão sem conseguir imaginar como seria a vida nas praias sem um carrinho simpático empurrado por um jovem uniformizado e munido de uma sombrinha estilosa que venderia salada de frutas, água de coco e outros acepipes naturebas.

Confesso que mesmo indo à praia com uma frequência bastante razoável e habitando a "Meca" veranil brasileira que é o Rio de Janeiro, manjedoura de tudo que é moda útil e inútil, feia ou bonita possíveis, não vi o tal chinelo enfeiando um pé sequer e nem achei a tal barraquinha modernosa.

Isso teoricamente serviria como prova cabal de que os experts nas modas e tendências não sabem de nada e apenas dão chutes a esmo, às vezes acertando o alvo, às vezes não.

Mas aí lembro uma cena, que eu particularmente acho deliciosa, do filme "O Diabo Veste Prada", quando a sempre lindíssima Anne Hathaway, interpretando a sua Andy, leva uma lição de moral de Miranda (vivida por uma das maiores de todas, Meryl Streep).

Na cena em questão a estagiária vivida pela Anne Hathaway faz pouco caso de uma reunião comandada pela chefe, como que toda aquela energia dispendida em favor de definir tendências fosse perda de tempo.

Aí então a chefe, o "diabo" em pessoa, explica para sua rebelde estagiária que o "azul cerúleo" do suéter que ela usa, com certeza escolhido numa cesta de uma loja de departamentos popular, havia sido uma cor que virou febre a partir de uma coleção Yves Saint Laurent.

Ela termina dizendo algo como "foram pessoas numa sala como esta, e não você, que escolheram a cor que agora você usa".

Isto faz pensar de verdade.

Somos nós mesmos que decidimos a "tendência" que faz sucesso, seja no vestuário como também em tecnologia como celulares, reprodutores de mp3, jogos, filmes, computadores, calçados, automóveis, etc, etc ou nós apenas decidimos o que queremos a partir do que nos é apresentado por quem realmente decide?

Esta é uma boa pergunta de difícil resposta, porém curiosa de procurar e ponderar.

No final das contas, o que nós realmente decidimos e escolhemos e o que os outros escolhem por nós?

Não parece difícil concluir que muitas "Mirandas" são quem na verdade definem boa parte de tudo o que consumimos pela nossa vida afora.

2 comentários:

Maria Luíza Lenzi disse...

Eu diria que essa e' a pergunta de um milhão de dólares! Como fazer um sonho de consumo?

JulliHonorato disse...

Rss... Tu sabes o que acho mais engraçado da tal "Moda", é que algumas pessoas realmente ficam nas mãos de tais críticos que dizem o que é melhor e acabam esquecendo de se olhar no espelho pra ver se combina. Enfim, os que tem simacômetro ligado e ativo, com certeza sabe o escolher quer.

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