Abri o Twitter hoje de manhã e me deparei com esse post aqui, nele o Zambrotti dizia que acha que deve existir uma espécie de "Escola de Mau Atendimento" no Rio de Janeiro.
Como, feliz e infelizmente, sou habitante da tal "Cidade Maravilhosa" e conheço bem as agruras de sua prestação de serviços, só posso deduzir que ele falava sobre o atendimento ao público em geral, seja nas quitandinhas da esquina, seja nas grandes lojas.
Tirando seu belo visual, sua natureza degradada ano após ano pela ação do homem, sua favelização crescente e aparentemente irreversível, o calor subsaariano do verão e o caos dos blocos de rua no carnaval, o Rio de Janeiro oferece ao seu habitante/visitante um calor humano maior do que em São Paulo e no sul do país, mas bem menor do que no Norte e Nordeste, e claro, oferece um péssimo atendimento a quem tenta consumir qualquer coisa.
Pra ilustrar bem isso conto rapidamente a história de uma amiga que veio de São Paulo para o Rio e precisou fazer uma bainha em uma calça nova. Dirigiu-se à loja "Cinto Rápido" e depois do orçamento perguntou que horas poderia voltar para buscar a peça de roupa. A atendente com cara de quem pouviu um pedido por, sei lá, 50 gramas de urânio enriquecido, disse a ela mais ou menos isso: "Que horas? Não Senhora, só fica pronto depois de amanhã.".
Ela estranhou que no Rio, o "rápido" fosse tão lento quanto a fama que os baianos carregam e disse que depois que se mudou da cidade, ficou "mal acostumada" com o serviço que é prestado em São Paulo.
Bairrismos e noves fora, vamos combinar: o serviço que se presta em SP é quase o equivalente a mimar o consumidor como um filho único. Telefônicas, Speedys e exageros meus à parte, a diferença é gritante. Não acredita em mim? Experimente tentar reservar mesa em um bom restaurante nas duas cidades e compare.
No Rio de Janeiro reserva é considerado quase um "favor" que se faz ao consumidor.
Atendimento rápido então é luxo só. Fui num botequim desses de paulista na Lapa e pedi uma empadinha, gostei e pedi outra. Uma meia hora depois desisti e pedi a conta, dei uma esculhambação no gerente que ainda me disse "Mas o Sr é que é impaciente!".
Não, no RJ o cliente NÃO tem sempre razão. No Bar Lagoa, por exemplo, uma das atrações é a grosseria dos garçons.
Não sei se o caráter "praiano" da cidade ou a sua degradação com o passar das décadas contribuiu para isso, mas é fato que o bom serviço prestado no Rio de Janeiro provavelmente resolveu fazer o que a maioria dos turistas faz na cidade, ou seja, tirou férias.
É por isso que eu digo: essa briga de carioca com paulista é a maior furada. Se nós cariocas temos nossas praias e suas curvilíneas frequentadoras, temos também um atendimento ao consumidor que é o nosso equivalente ao Rio Tietê.
Cada um na sua, cada um com seus problemas.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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